domingo, 11 de dezembro de 2011

Especial: Uma parrilla com D'Alessandro em Buenos Aires

                
     Sem camisa, de bermuda preta e alpargatas brancas como chinelo, D'Alessandro recebe o visitante com um sorriso e um afetuoso cumprimento. É noite de quarta-feira, o termômetro marca 24ºC e fecha um dia de sol e calor sufocante em Buenos Aires. O ídolo do Inter está como mais gosta, entre os seus. Recebe o afago da mulher, Érika, e dos filhos, Martina, cinco anos, e Santín, três.
       A noite será de parrilla na casa dos D'Alessandro. Na área anexa, os amigos de longa data Agustín, Turco e Cláudio pilotam a grelha, atopetada por frango, linguiça, costela, vazio, morcela, pimentão e abóbora em fatias. É o primeiro assado na casa nova. Há tom emblemático no jantar e uma agitação diferente. Érika preparou os cortes de abóbora que depois de prontos receberão queijo por cima, numa das composições preferidas dos argentinos para acompanhar a carne. 
                          

     Santín e Martina transitam pela cozinha, cruzam a sala, voltam. Estão excitados com a movimentação diferente. O guri carrega na mão um boneco da coleção Max Steel. Martina traz preso à cintura um walkman cor-de-rosa. Os fones em rosa e azul envolvem seu pescoço. Tudo delicadamente combinado com a roupa na mesma cor.
     Sobre a mesa da cozinha repousam uma dezena de outros brinquedos, como uma espada, bonecas e peças de montar espalhadas. A dupla é discreta. Por vezes, Santín espia da porta da cozinha e observa o pai em conversa em português com o recém-chegado na sala. Os flashes disparados pelo fotógrafo fazem o guri arregalar os olhos.
     Ainda mais que Emanuel Fernandez, um argentino de 1m80cm, cabelo comprido e preso a uma tira, está com a máquina esparramado no tapete. D'Alessandro mal percebe a ação do pequeno. Está envolvido com a conversa. Mas também se mostra um anfitrião preocupado.  

       
        – Uma água? Um refrigerante? Querem algo? – interrompe no início da conversa.
       Em seguida, o argentino baixa a guarda. Pela primeira vez, abre sua casa para uma entrevista a um veículo de Porto Alegre. Faz questão de frisar a exclusividade. A conversa é franca, direta. E mostra um outro D'Alessandro. 
    Sem a camisa 10 vermelha surge um sujeito tranquilo, amoroso com os filhos, extremamente zeloso com a família e fiel aos amigos dos tempos duros de La Paternal. Por tudo isso, ele se vira no sofá em que está acomodado. Aponta para a área atrás do vidro, onde amigos e família conversam animados.
       – Está vendo isso, cara? Para mim, isso é tudo. Nada pode ser mais valioso – resume.

Pai coruja de casa nova 

       D`Alessandro garantiu a Libertadores no domingo, e no final da manhã de segunda-feira abriu as portas de sua nova casa. Adotou como endereço a cidade de Tigre. Distante 30 quilômetros do centro da efervescência de Buenos Aires. Tigre é reconhecida pela pujança natural. O Delta do Tigre é destino turístico, e pela beleza, refugio dos argentinos endinheirados. O que explica o trânsito pesado e cravejado de importados nos fins de tarde.
      Gasta-se pelo menos uma hora até o Tigre. A impressão ao chegar é de que se ingressa em uma espécie de paraíso. Investidores ergueram em área costeando o rio exclusivo. Nordelta, um complexo de condomínios fechados. Tudo planejado para que se possa viver sem sobressaltos. Há shoppings, hospitais, restaurantes, pizzarias, cinema 3D, clube social e escolas com o melhor padrão argentino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário