sábado, 17 de dezembro de 2011

Reportagem Especial sobre o Avenida

                                             
Avenida
NomeEsporte Clube Avenida
AlcunhasPeriquito
Alviverde
Torcedor/AdeptoAvenidense
MascotePeriquito
Fundação6 de janeiro de 1944(67 anos)
EstádioEucaliptos
Capacidade3.500
PresidenteBrasil Jair Eich
TreinadorBrasil Gilmar Iser
PatrocinadorBrasil Ulfer
Brasil Embratel
Brasil Banrisul
Brasil Drogaria Nova
Brasil Supermercado Miller
Rio Grande do Sul 200910º colocado
WebsiteEsporte Clube Avenida.com.br


História

                     
      A cidade crescia e com ela sua população. Em 1944, um grupo de rapazes excedentes do Futebol Clube Santa Cruz decidiu fundar outro clube. “Eu estava servindo em Rosário”, recorda Bruno Seidel, que jogava no Galo. Na verdade, era reserva como tantos outros, pelo número excessivo de atletas que acorria ao único time da cidade. “A gente chegava a ficar um ano no banco.”
    Quando voltou, em 1945, passou a jogar no recém-fundado Avenida, substituindo o jogador Adalberto Simonis, que foi para a Varig. “A gente pagava para jogar — era uma questão de amor à camisa mesmo. O clube só dava camiseta e a bola”, sublinha. O Avenida não tinha campo, nem recursos e treinava na Várzea. “Quando eu já era presidente, propus para a turma comprarmos um pedaço de campo”, conta Seidel, que também foi o idealizador do emblema do clube. Juntaram o dinheirinho que tinham e foram falar com Arthur Emilio Meinhardt, pai de um dos jogadores do Avenida e dono da área pretendida. Quando ele soube quanto dinheiro o grupo tinha, sentenciou: “É pouco”. “Caprichamos nas economias e emprestamos para o clube os Cr$ 55 mil. Tínhamos um lugar nosso para jogar,” exulta. Era hora de limpar a área, arrancar os tocos de eucalipto e aterrar mais de meio metro de altura, tudo no braço e na carroça. A lenha vendida reverteu em mais renda.
   Na inauguração do estádio, em 1950, o Grêmio, padrinho convidado, não poupou os afilhados e goleou por 13 a 2. Mas ninguém se importou e a festa foi grande. Em 1953, foi a vez de inaugurar os refletores. Nos anos 60, o Avenida ganhou uma mãozinha divina, ou melhor, um pezinho. O padre da paróquia que atendia a Várzea, Orlando Pretto, hoje pároco da catedral, cedeu às tentações do esporte e passou a treinar com o time. “Tudo sob a bênção do bispo dom Alberto Etges”, sublinha ele. “Eu era um jogador voluntarioso, craque não”, se autodefine. “Tinha um chute forte e velocidade, mas não era um grande driblador.” Preenchia posições na ponta direita e brincavam: lá onde acaba o campo não cresce grama, porque é onde o padre pára e dá o giro para o retorno.
     O técnico Daltro Menezes quis chamar a atenção em um amistoso do Avenida contra o Internacional e combinou que o padre jogaria 10 minutos no final. Mas o destino conspirou contra — o pai do padre adoeceu, impedindo sua participação. Certa feita, ele atuou inclusive de comentarista, ajudando o Ernani Aloísio Iser de dentro do campo. Foi na partida contra o América, campeão carioca, em domingo de muita chuva. “Tu não podes me identificar como padre no rádio, me chama de Orlando Francisco”, alertou ao narrador. Mas, aos 32 minutos do segundo tempo, uma jogada fenomenal: o placar estava 0 a 0, a bola molhada, o meia-esquerda Jaime, do Avenida, chuta forte de esquerda, de fora da área e a bola dá a impressão de que ia entrar, mas um ângulo misterioso a desvia na última hora. Iser, emocionado e já preparado para gritar gol, aciona o pároco: “faaala padre Pretto”. No dia seguinte, senhoras foram ao bispo reclamar do padre metido em futebol.
                                      
     No início dos anos 70, uma fusão com o rival Santa Cruz tenta resolver a difícil situação financeira dos dois clubes, mas não foi vista com bons olhos pelo Avenida. O novo time se chamava Associação Santa Cruz do Futebol e vestia as cores amarelo e azul. Diante da resistência do Avenida, foi tentado o uniforme verde e preto, mas mesmo assim a fusão não foi para a frente. 
   Em 1998, o Avenida retomou aos gramados, disputando a Série C do Campeonato Gaúcho. Acabou com o Vice-Campeonato, garantindo assim acesso à Série B do Gauchão. No ano seguinte, o clube fez uma boa campanha e foi promovido a Série A do Campeonato Gaúcho. Como naquele ano, as equipes classificadas da Série Bentravam direto na 2ª fase do Gauchão Série A, o Avenida entrou direto nas oitavas-de-final, para enfrentar o Grêmio. No primeiro jogo, o Avenida ganhou o por 1x0, gol do meia Marquinhos e bela atuação de um jovem promissor Rodrigo Leite. No jogo de volta, porém, o Grêmio venceu por 3-0, levando a partida para a prorrogação. Aí, nova vitória do Grêmio, por 2-0.
                           
     Em 2000, o Avenida finalmente estava na Série A do Campeonato Gaúcho. Entretanto, a equipe teve problemas durante a competição, e acabou rebaixada novamente a Série B. Ainda em 2000, a equipe disputou a Série B, garantindo nova vaga na Série A, através da repescagem. Mas, em 2001, o clube foi mais uma vez rebaixado para a Série B. Sofreu 6-1 do Novo Hamburgo, o que garantiu sua ida à chamada "Segundona", entrando em séria crise financeira. Sete anos depois, porém, conseguiu o acesso à série A, ao vencer o São Paulo por 3-0.
     O Avenida não conseguiu estabelecer-se na elite estadual. Em 2009, fez uma campanha razoável no Gauchão, terminando na 10ª colocação. Entretanto, no ano seguinte, ficou na última colocação do torneio regional, caindo novamente à Segunda Divisão. Lá ficou por pouco tempo, já que, logo em 2011, obteve o acesso ao vencer o Brasil de Farroupilha por 3-1, fora de casa, ganhando inclusive a Série B de forma inédita.

                              


Time do Avenida em 1947
     Rudi Seidel, Edmundo Zingler, Nelson dos Santos, Kaspinha, Telmo Roese, Lauro Meinhardt, (atrás) Ozi Machado, Rufino Rodrigues, Armindo Haas (Mickey), Lauro Seidel, Marechal Menezes, Astor Lau e Bruno Seidel (Câmara), equipe sem estádio, em 1947, que ainda treinava na Várzea.
Estádio
     O estádio do Avenida se chama Eucaliptos e está situada na Rua São José, 487 na cidade de Santa Cruz do Sul/RS 96815-040. Tem capacidade para três mil e quinhentos (3.500) torcedores. A dimensão do gramado é 105m x 70m.
                         
Fatos marcantes
• 1945
Esporte Clube Avenida faz um ano. Primeiro presidente, Arno Evaldo Koppe, é substituído por Aristarcho Sanabria Brasil.


• 1946

Grande acontecimento na Várzea: Avenida consegue se filiar à Federação Gaúcha de Futebol.


• 1947

Primeiro campeonato oficial de Santa Cruz do Sul, patrocinado pela Federação. Carnê: Avenida, Santa Cruz, Guarany. Jogos todos no Estádio dos Plátanos, único em condições para partidas oficiais. Galo não tem atletas suficientes inscritos e adota jogadores do Atlanta F.C., time que, com essa, desaparece do cenário esportivo da cidade. Primeiro Ave-Cruz: empate em dois tentos.


• 1950

Dia 8 de junho o Esporte Clube Avenida inaugura seu estádio. O Grêmio é convidado como padrinho e não perdoa o afilhado, aplicando uma goleada de 13 a 2. 


• 1964

Gre-Nal 169 acontece em Santa Cruz do Sul, no Estádio dos Eucaliptos. Internacional vence o Grêmio por 1 x 0. lnter: Gainete; Rui, Osmar, Luiz Carlos e Sadi; Edmilson (Paulo Araújo) e Gaspar; Sapiranga, Nilzo, Vanderlei (gol) e Hélio. Grêmio: Arlindo; Renato (Altemir), Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Marino, Alcindo, Paulo Lumumba e Vieira.

                           

Títulos
 Vice-campeão Gaúcho Série B 1964


 Vice-campeão Gaúcho Série B 1998
 Campeão Gaúcho Divisão de Acesso 1999
 Campeão Copa Ave-Cruz 1999
 Campeão Copa RBS 1999 -  150 Anos de Imigração Alemã 
• Copa AVE-CRUZ: 1999
• Copa Integração Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari: 1985.
 Vice-campeão Gaúcho Série B 2008

Presidentes

  • Arno Evaldo Koppe
  • Aristarcho Sanabria Brasil
  • Bruno Seidel
  • Elstor Renato Desbessell
  • Paulo Wilson Frantz
  • Claudio Hansel
  • Jair Eich
                              

Principal jogador


• Jader Nabolotinige Mendes - Volante clássico de muita pegada, categoria, passes precisos e um potente chute de meia distância.
Hino do Clube
Salve o Avenida, clube do povo, clube da massa
Entra no campo, Avenida, e vai mostrar a tua raça
Salve o Avenida, clube do povo, clube da massa
Entra no campo, Avenida, e vai mostrar a tua raça

A camiseta molhada na vitória ou na derrota
Vem demonstrar claramente a garra da tua gente
Salve o Periquitão do meu coração
Tu és alegria

E o verde e branco da tua bandeira
Quero exaltar noite e dia

Salve o Avenida, clube do povo, clube da massa
Entra no campo, Avenida, e vai mostrar a tua raça
Salve o Avenida, clube do povo, clube da massa
Entra no campo, Avenida, e vai mostrar a tua raça

Autor do hino: Livindo da Silveira Ribeiro

Rivalidade

             X
     O principal adversário do Avenida é o Santa Cruz, da mesma cidade, com quem faz o clássico "Ave-Cruz". O clássico já foi disputado 107 vezes, com 20 vitórias do Avenida, 61 vitórias do Santa Cruz e 25 empates. Foram marcados 354 gol, sendo 221 do Santa Cruz e 133 do Avenida. O primeiro clássico ocorreu em 12/10/1947 quando Santa Cruz empatou em 2 a 2 com o Avenida no estádio do Plátanos. O último foi 24/01/2010, com o Avenida perdendo de 1 x 0 para o Santa Cruz  nos Eucaliptos.
Sede Social
      O Esporte Clube Avenida sempre teve forte atuação social junto ao povo de Santa Cruz do Sul. Até o final de 2008, toda a estrutura de recreação, incluindo piscinas externa e térmica, estavam disponíveis para sócios.
     Com as reformas no Estádio dos Eucaliptos, que começaram em dezembro de 2008, boa parte dessa estrutura passou a servir aos atletas, comissão técnica e profissionais de imprensa.
   Os atuais sócios têm duas possibilidades: cancelar o título ou seguir pagando as mensalidades em troca do direito de alugar o salão de festas e de ingressos nas cadeiras em dias de jogos, além do estacionamento do clube.

Torcida

                             
  •       O Avenida é um clube popular, e como tal, possui uma grande e apaixonada torcida. É um clube que une diferentes estilos de pessoas, abrangendo os mais diversos setores da sociedade de Santa Cruz do Sul. Possui torcedores ilustres, anônimos, apaixonados, reservados, todos com o mesmo ideal: o amor pelo Avenida.
           A presença da torcida avenidense nas arquibancadas é sinônimo de força extra para o time dentro de campo. Foi assim desde a fundação do clube. E a torcida vai aonde o time estiver. Ambos andam sempre juntos, rumo às vitórias. Ao longo dos anos, muitos torcedores, por razões distintas, tiveram que deixar a cidade de Santa Cruz do Sul, mas continuaram sempre com o Avenida, divulgando seu nome, suas cores e sua força em todos os cantos do mundo.
       As torcidas organizadas Mancha Verde e Máfia Alviverde empurram o povo no incentivo ao time. Juntos, esses torcedores apaixonados contribuem, a cada dia mais, para construir um Avenida cada vez mais forte.

Curiosidades:
 Em 1946, o cluve filia-se à Federação Gaúcha de Futebol.
 Em 1947 participa do primeiro campeonato oficial de Santa Cruz do Sul, patrocinado pela Federação.
• No dia 8 de junho de 1950, o Avenida inaugurou o Estádio dos Eucaliptos em partida com o Grêmio. Vitória dos visitantes pelo placar de 13 a 2.

                         
• Avenida teve um padre como jogador, Orlando Francisco Pretto,
Contribuição: Maria R. Assmann - Jornal Gazeta do Sul e Wikipédia

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