sábado, 17 de dezembro de 2011

Coluna do Prof. Cleber Sgarbi

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É uma satisfação fazer parte desse grupo seleto de profissionais. Quando recebi o convite para ser colunista deste novo e promissor blog – bombachafc, fiquei muito feliz. Agradeço ao idealizador e amigo, Bernardo Pozza.
Trabalho com futebol há doze anos, passei pelas categorias de base de vários clubes do Estado e cheguei às equipes profissionais, onde trabalho a seis anos.
Minha participação no blog será escrever sobre assuntos relacionados a goleiros e tudo o que envolve seu mundo. Alguns assuntos serão polêmicos, outros mais há nível de informação. Acredito que vocês leitores, irão gostar. Estarei à disposição para tirar qualquer dúvida e a receber críticas construtivas.
Então é hora de trabalhar...

O QUE O CLUBE DE FUTEBOL BUSCA EM UM PROFISSIONAL – GOLEIRO?
Acredito que o maior desafio dos clubes de futebol independente a divisão em que estão atualmente é identificar e manter os bons profissionais, ou seja, não necessariamente os mais talentosos, mas os mais dedicados, esforçados, comprometidos, responsáveis, competentes, eficientes e de bom comportamento.
Existem muitos aspectos e características envolvidas neste processo, mas considero essas (a seguir), fundamentais na hora de contratar um atleta, seja de qual posição for.
As empresas buscam profissionais capazes de gerar negócios e agregar valor para a empresa. Os clubes de futebol são empresas, quando buscam contratar atletas (Goleiros), levam em consideração uma série de fatores, bem como algumas características muito importantes e que fazem diferença na hora de fechar o negócio.
Vejamos a seguir:
Altura: que é muito questionável, por que atualmente o melhor goleiro do mundo, escolhido pela FIFA na última Copa do Mundo de Futebol realizada na África do Sul em 2010 é o goleiro espanhol Iker Casillas, de apenas 1,82 de altura. Não sou preconceituoso quanto à altura, para mim o goleiro tem que ser bom e estar comprometido com o trabalho sério.

Envergadura: está relacionada com a genética do individuo, ou seja, consideraremos dois indivíduos de mesma estatura e que um destes possua proporcionalmente membros superiores maiores que o outro. Sem duvidas o atleta com membros maiores atingirá um ponto mais elevado que o outro, com a mesma estatura. Bem posicionado na área de meta, o goleiro diminui muito o ângulo do gol onde a bola pode passar, justamente por causa da grande envergadura de seus braços.

Peso: deve ser proporcional a altura, caso contrário terá muita dificuldade para jogar, pois estará carregando peso a mais que não precisaria, influenciando diretamente no seu rendimento final. Além de aumentar o risco de lesão.

Boa técnica defensiva e ofensiva: eficiência técnica em suas ações nos jogos, ou seja, técnica especifica bem desenvolvida, gestos técnicos realizados com precisão, facilidade e habilidade.

Custo benefício:
- Histórico das atuações: esse fator é um dos mais importantes, por que clube normalmente não vai contratar um atleta para gerar valores se ele tem pouca ou quase nenhuma participação nos jogos de sua equipe, pois não é o fato de ter passado por varias equipes que proporcionará uma grande experiência e sim dos jogos (volume) que realizou nestas equipes, a vivencia trará muitas experiências sim, mas nada semelhante a estar jogando.
- Histórico de lesões: esse fator deve ser levado muito a sério pelos contratantes. Pelo histórico de lesões podemos ver se vale à pena investir no atleta ou não. São muitos os casos de atletas contratados para a temporada, mas acabam cumprindo a maior parte de seu contrato no departamento médico do clube. Custo benefício muito baixo. Não vale a pena investir.

Aspectos comportamentais: bom equilíbrio emocional conta muito no processo seletivo, uma vez que é preciso saber lidar e tomar decisões frente a situações de pressão. Problemas todos têm, alguns atletas têm personalidade forte, outros não, mas nenhuma empresa quer ter um colaborador que lhe traga dor de cabeça, que falta no serviço, que inventa problema para não trabalhar, que chega de ressaca na empresa, que fica falando mal da empresa, dos colegas e dos superiores, e ainda não tem a mínima vontade de crescer profissionalmente. Nos clubes de futebol, quanto mais o atleta se cuida e leva a sério a sua profissão, maior será seu rendimento nos treinos e jogos. Quanto menos problema der ao clube, maior será a possibilidade de ele se valorizar como profissional e financeiramente.

Para concluir:
Competência técnica sozinha não garante a empregabilidade
Reforço dizendo que os clubes contratam muitas vezes pela competência e eficiência técnica, mas em grande parte, o profissional mantém-se no clube pela sua postura e atitude frente aos desafios assumidos. Portanto, para se garantir a empregabilidade é preciso voltar-se para as ações, considerando que são as atitudes e o aspecto comportamental que promovem o diferencial no ambiente de trabalho. Caso não haja bom relacionamento entre atleta e superiores (diretoria e comissão técnica), todo o esforço de uma equipe pode ir por água a baixo.
UM BOM DIA A TODOS

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